Página:O jesuita - drama em quatro actos.djvu/184

Wikisource, a biblioteca livre

ESTÊVÃO – Oh! eu também sentia a mesma cousa, quando contemplava esta natureza esplêndida!

SAMUEL – Não é verdade? Este sol brilhante ilumina a inteligência e dá voos ao pensamento. Aquela inspiração da mocidade tornou-se uma ideia; a razão apoderou-se dela; e eu, só, sem recursos, sem auxílios, concebi esse plano ousado e gigantesco, que às vezes me fazia duvidar de mim, e que tu chamaste uma loucura!

ESTÊVÃO – Que dizeis, senhor?... Essa revolução...

SAMUEL – Era a independência de nossa pátria!

ESTÊVÃO – Como podíeis realizar semelhante projeto? Era um impossível!

SAMUEL – Houve tempo em que julguei não haver impossíveis para o homem. Era jesuíta professo nos quatro graus; conhecia o imenso poder dessa vasta associação que se estendia pelo universo, prendendo-o por uma teia de vinte mil apóstolos,