Era no Paraiso
dar nomes ás coisas, gosando-se da fama de sabios os que com maior entono e mais pomposamente as nomeassem.
Grande doutor, o que tomasse o pulso a um doente, lhe espiasse a lingua saburrosa e gravibundo dissesse, tirando do nariz solenne os oculos de ouro: polynevrite metabolica; e grande mestre, o que apontasse o dedo para um grupo de estrellas e declarasse em voz firme: constellação do Centauro. Doença e estrellas, com ou sem nome, lá seguiriam o seu curso prefixo — mas nada de louvores ao medico que apenas dissesse: doença, ou ao mestre que humilde murmurasse: astros. Paga ou louvor não os teria o ignorante, isto é, o homem que não soubesse nomes. Viva o nome!
Assim, inoculou Deus em todos os seres a sabedoria da vida, e pol-os no orbe como notas chromaticas de um "pot-pourri" symphonico, de cuja audição integral sómente os seus ouvidos gosariam o privilegio.
E Deus achou que estava optimo.
Grandes coisas tinha feito. A gravitação dos mundos era entrosagem que mais tar-