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O bom marido
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milia redobraram e dona Izabel teve que fazer prodigios para assegurar a subsistencia do clan.

— Pobre creatura! Perdera a mocidade. Seus vinte e seis annos pareciam quarenta. A belleza fôra-se-lhe, minada pela gravidez ininterrupta. Por fim, em consequencia de certo aborto infeliz, entrou a perder a saude. Era já com esforço que proseguia na tarefa penosa, muito acima das suas forças.

Não se queixava, entretanto. Gabava-se até de feliz. Ao receber visitas, puxava logo a palestra para o thema classico das mulheres, os maridos, e louvava o seu.

— Não é por me gabar, prima Biluca, mas marido como o meu não ha outro. Théo me adora! A nossa lua de mel não acabou nem acabará nunca. Que carinhos! Que meiguice! Sempre entrou cedo em casa, nunca me disse palavra dura, vive para mim, faz tudo quanto quero. Um mimo!

Biloca já não dizia o mesmo do seu. Casara com um homem forte, de rara actividade, que se absorvía nos negocios e estava prosperando magnificamente. Dava á familia o maximo conforto e educava os filhos