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Marabá
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No primeiro momento o medo sobresaltou-o — mas o sangue de Anhembira reagiu em suas veias, e não seria o filho do guerreiro que jamais conheceu o medo quem tremesse deante de mulher, Iára que fosse.

E Ipojuca immobilizou-se á margem do rio, em muda contemplação, até que a nympha, percebendo-o, fugisse para o lado opposto, mais arisca do que a tabarana.

Ipojuca lançou-se á agua e logo mergulhou na floresta em perseguição da virgem loura.

Jamais as nymphas venceram a faunos na corrida. Foi assim na Grecia, seria assim sob o céo de Colombo.

Ipojuca alcançou-a. Seu braço de ferro enlaçou-a, suas mãos potentes quebraram-lhe a resistencia e dobraram-lhe a cabeça loura para o beijo de nupcias.

Mas a virgem subjugada abriu para o macho victorioso os grandes olhos azues e. encarando-o a fito, murmurou a palavra tremenda:

— Sou marabá!

Ipojuca estarrece, como fulminado pelo