tes do homem. Que creaturinhas variaveis, irrequietas, crueis! Sempre de vara na mão, perseguiam abelhas e borboletas, esmagavam os sapos, atropelavam as gallinhas. Ao vel-as, Vinagre disfarçadamente sahia para longe e o Péva bandeava-se com seus orphãos para o outro lado dalgum vêdo. Só a Princeza nenhum caso delles fazia, certa do terror que lhes inspiravam os seus longos chifres.
Já a Dona, mulher do Senhor, não infundia medo senão ás aves. Terrivel inimiga do gallinheiro! Depredava os ovos, e condemnava á morte justamente os mais bellos frangos e as mais respeitaveis matronas de penna — "gallinhas velhas", como dizia a ingrata.
Para os outros animaes a Dona significava apenas ignorancia. Era a "Perguntativa" e a "Muda-côr". Hoje de côr de rosa, amanhã de azul, não usava côr fixa. E vivia interrogando:
— Pio, que burro é esse?
— Não é burro, Sinhá, é a mulinha russa.
Perguntava sempre. Que caroços eram aquelles na vacca? Que boi estava rinchando