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O MANDARIM

 

do dôcemente sob uma pontesinha rustica pintada de côr de rosa. As paredes eram apenas um cadeado de bambú fino forrado de sêda côr de ganga: o sol, passando através d’ellas, fazia uma luz sobrenatural de opala desmaiada. Ao centro afofava-se um divan de sêda branca, d’uma poesia de nuvem matutina, attrahente como um leito nupcial. Aos cantos, em ricas jarras transparentes da época de Yeng, erguiam-se, na sua gentileza aristocratica, lirios escarlates do Japão. Todo o soalho estava recoberto d’esteiras finas de Nankin; e junto á janella rendilhada, sobre um airoso pedestal de sandalo, pousava aberto ao alto um leque formado de laminas de crystal separadas, que a aragem entrando fazia vibrar, n’uma modulação melancolica e terna.

As manhãs do fim d’agosto em