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Página:O mandarim (1889).djvu/133

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O MANDARIM
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Eu arregaçava-lhe a larga manga do casabeque de sêda côr de folha morta, e ia fazendo viajar os meus labios devotos pela pelle fresca dos seus bellos braços; — e depois sobre o divan, enlaçados, peito contra peito, n’um extase mudo, sentiamos as laminas de crystal resoar eoliamente, as pêgas azues esvoaçarem pelos platanos, o fugitivo rhythmo do arroio corrente...

Os nossos olhos humedecidos encontravam ás vezes um quadro de setim preto, por cima do divan, onde em caracteres chinezes se desenrolavam sentenças do Livro Sagrado de Li-Nun «sobre os deveres das esposas». Mas nenhum de nós percebia o chinez... E no silencio os nossos beijos recomeçavam, espaçados, soando dôcemente, e comparaveis (na lingua flo-