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Página:O mandarim (1889).djvu/51

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O MANDARIM
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ma, n’uma sacada de quarto andar, eu tinha na mão, n’um enveloppe lacrado de negro, o principio mesmo da sua fraqueza e da sua escravidão! Então, satisfações do Luxo, regalos do Amor, orgulhos do Poder, tudo gozei, pela imaginação, n’um instante, e d’um só sôrvo. Mas logo uma grande saciedade me foi invadindo a alma: e, sentindo o mundo aos meus pés, — bocejei como um leão farto.

De que me serviam por fim tantos milhões senão para me trazerem, dia a dia, a affirmação desoladora da villeza humana?... E assim, ao choque de tanto oiro, ia desapparecer a meus olhos, como um fumo, a belleza moral do Universo! Tomou-me uma tristeza mystica. Abati-me sobre uma cadeira; e, com a face entre as mãos, chorei abundantemente.

D’ahi a pouco Madame Marques