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Página:O mandarim (1889).djvu/53

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O MANDARIM
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— São dez tostões, meu amo!

Encarei com repulsão aquelle reles pedaço de materia organisada — que fallava em placas de prata a um colosso d’oiro! Enterrei a mão na algibeira ajoujada de milhões e tirei o meu metal: tinha setecentos e vinte!

O cocheiro bateu a anca da egoa e seguiu, resmungando. Eu balbuciei:

— Mas tenho letras!... Aqui estão! Sobre Londres! Sobre Hamburgo!...

— Não péga.

Setecentos e vinte!... E touros, jantar de lord, andaluzas núas, todo esse sonho expirou como uma bola de sabão que bate a ponta de um prego.

Odiei a Humanidade, abominei o Numerario. Outra tipoia, lançada a trote, apinhada de gente festiva, quasi me atropellou n’aquella abstracção em que