O MANDARIM
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Debalde eu replicava á Consciencia, lembrando-lhe a decrepitude do Mandarim, a sua gôta incuravel... Facunda em argumentos, gulosa de controversia, ella retorquia logo com furor:
— Mas, ainda na sua actividade mais resumida, a vida é um bem supremo: porque o encanto d’ella reside no seu principio mesmo, e não na abundancia das suas manifestações!
Eu revoltava-me contra este pedantismo rhetorico de pedagogo rigido: erguia alto a fronte, gritava-lhe n’uma arrogancia desesperada:
— Pois bem! Matei-o! Melhor! Que queres tu? o teu grande nome de Consciencia não me assusta! És apenas uma perversão da sensibilidade nervosa. Posso eliminar-te com flôr de laranja!
E immediatamente sentia passar-me n’alma, com uma lentidão de briza, um