Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/118

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— Olhe, sinhá Marcelina, disse a negra, o que mais sinto é meu filho perder tantos dias de serviço.

— Que quer dizer isto? Inquiriu Marcelina. Pois a única ocupação dele não era botar sentido aos cajueirais?

— Esta era a obrigação que lhe deu meu senhor. Mas o tempo chegava para mais, e Benedicto já tinha ajustado limpar as canas e a roça de um homem chamado seu Zeferino, que tem o sitio nos fundos da campina de meu senhor.

Marcelina refletiu um momento, ao cabo do qual tornou à preta:

— Quero dizer-te uma coisa, Quiteria. Se o ajuste está feito, não digas nada ao Zeferino, que eu mando uma pessoa fazer o serviço. A paga fica pertencendo sempre a Benedicto.

Como é isto, sinhá Marcelina? Pois vosmecê me faz esta esmola, minha senhora? Oh! fico-lhe muito agradecida. E quem é a pessoa que vai fazer o serviço em lugar de Benedicto?

— É Lourenço.

— Seu Lourenço?