Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/357

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gente. A casa está cercada. Ali embaixo vários soldados espreitam quem entra e quem sai. Mas porque me ausentaria eu? Que crimes cometi para fugir?

— É que as armas, que estão lá embaixo... tornou o barcaceiro a meia voz.

— Duvido que as encontres tu mesmo que comigo as viste, quanto mais ele. e se queres ter a prova do que te digo, vai à escada por onde há pouco descemos ao subterrâneo.

Sem dizer palavra, o barcaceiro encaminhou-se ao gabinete, atravessou-o e chegou ao ponto indicado.

Desciam o juiz, beleguins e soldados. Verificou então por seus próprios olhos o que lhe dissera o negociante. A escada fazia uma volta para a direita e ia dar na loja, não no esconderijo. Bartolomeu ficou um instante confuso. Lembrava-se que por ali descera para o subterrâneo, por uma volta que a escada fazia à esquerda: mas, essa tinha desaparecido como por encanto, sem deixar o menor vestígio por onde se pudesse descobrir o segredo.

Quando Cosme volveu à sala, Coelho foi a seu encontro, e com expressão de mal disfarçado ódio, lhe disse: