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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/365

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podiam, com suas familias, para fóra da villa; outros, não tendo para onde ir, ou receiando pôr pé na rua com tanto povo revolto, se deixavam ficar em suas casas, resolutos a defender-se ou a resistir si acaso fossem atacados pelas turbas. Dos que se atiravam na vertigem muitos não o faziam tendo a mira em outro alvo que o de ser sua casa respeitada pelo saque—epilogo negro de quasi todos os motins populares.

Gritos contrarios começaram a ressoar de pontos differentes.

D'aqui se ouvia este:

— Vivam os mascates! Morram os nobres!

D'acolá já era est'outro:

— Viva a nobreza de Goyanna! Viva a nobreza de Pernambuco! Morra pé-de-chumbo.

Os adjuntos donde partiam estes ultimos gritos, eram menos numerosos e menos densos. Dir-se-hia que estavam ainda em formação ou que tinham medo de formar-se. Resoavam á porta de fidalgos conhecidos e d'ahi não se alongavam muito.

Quando algum forte bando se aproximava delles, as manifestações diminuiam ainda mais. Era medo, desdem, ou prudencia?