Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/380

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tinham ido Luiz Vidal e Filipe Cavalcanti a reunir-se com Antonio Rabelo, receosos de que os amotinados tentassem soltar os presos.

Antonio Rabelo foi de parecer que se não procurasse dissolver os ajuntamentos.

— Onde temos nós gente suficiente para dissolver essas multidões numerosas, Sr. Capitão? Perguntou ele a Cosme. Guarnecem a cadeia dezesseis praças unicamente. Se daqui arredarem o pé, o povo levantado virá abrir as prisões, e aumentará com os criminosos o seu numero e a sua ferocidade. Vós não tendes ai convosco mais de vinte ordenanças. Julgais que com tão pequena força poderemos bater os rebeldes e ficar senhores do campo?

— Basta uma corrida forte e violenta sobre os inimigos, para que, cobrando medo, se dispersem.

— Estais enganado. Eles são muitos e não lhes faltam armas. Armas? Não as têm.

— Têm-nas, Sr. capitão., têm-nas. Reparai nos que passam. Haveis de ver cada um com seu arcabuz. Os mascates fizeram e fazem larga distribuição delas por seus asseclas. O que me espanta é que ainda não se tenham