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Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/414

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— Ainda está fallando ahi essa sombra do inferno? perguntou elle, lançando as vistas para o pateo, por cima do hombro da mulher.

E rapidamente levou ao rosto o clavinote como quem o queria desfechar sobre aquelle novo sustentador da desordem e da destruição que aluiam a sua posição e o seu poder.

Mas no mesmo instante sentiu-se apertado entre dois braços fortes, roliços e deliciosos. Sentiu uma macia mão pegar-lhe do pulso e obrigal-o a abaixar a arma. Ouviu uma voz terna, afflicta, plangente pedir-lhe que não atirasse.

— Não atireis, não atireis, sr. João da Cunha, sobre o padre. Seria um grande peccado.

— Atreveis-vos a dizer-me estas palavras, senhora? exclamou o fidalgo. O que ali está não é um padre, um ministro de Deus. É o espirito de Satanaz. É um perverso, que deve cahir atravessado por uma bala.

— Peço-vos tambem eu, que não atireis, seu sargento-mór—disse-lhe outra voz ao pé de si.

João da Cunha voltou-se e deu de face com Marcellina, que dava mostras de quem ia ajoelhar-se. Alongando os olhos algum tanto mais, viu todas as mulatas na mesma attitude,