Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/420

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Cavalcanti e a Luiz Vidal que pusessem a salvo sua mulher.

— E porque não nos salvaremos todos? Inquiriu um deles. Roberto podia resistir com os negros que restam, ainda alguns minutos. Teremos tempo de ganhar a cavalariça. Tomaremos os animais e ficaremos fora do alcance dos malvados.

— Desamparar a minha casa seria uma covardia, que eu nunca havia de perdoar-me, disse o sargento-mór. Ide vós. Correi, correi, senhores. Salvai-me Damiana, e não vos importais comigo. Hei de resistir até à minha derradeira. Talvez que nesse entrementes chegue Cosme.

Mal tinha acabado estas palavras que poderiam considerar-se inspiradas pela intuição do momento final, quando as outras portas que ainda estavam de pé, caíram debaixo do peso dos machados e alavancas fortemente vibrados pela turba sedenta de vingança. Na primeira linha dos atacantes viam-se, movendo os terríveis instrumentos, diferentes frades carmelitas, que assim entendiam dever ressarcir a perda do jesuíta.

À vista desta cena extrema, não havia mais que hesitar. Os dois fidalgos, dois sós,