Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/424

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De todas as que estavam na casa de João da Cunha, só uma pessoa pode escapar-se com sua liberdade. Foi Marcelina, que correra, não por fugir, senão por acompanhar d. Damiana, no momento em que com ela rompia Antonio Coelho por entre os seus partidários.

— Hei de ir com ela até ao infinito! Dizia a cabocla correndo após a senhora-de-engenho. Não hei de perder de vista a pobre senhora. Meu Deus! Como tudo se mudou!

Mas a Coelho não fazia conta ser acompanhado por essa terrível testemunha, e cedo achou um meio de afastá-la de suas pisadas, por mais que a senhora-de-engenho pedisse depois que a deixasse passar. Para penetrar no quintal do sobrado, tinha Coelho feito caminho por um dos casebres que abriam sobre a Rua-do-meio. O mascate estugou os passos, atravessou o casebre, e, quando se achou com sua presa na rua, trancou pelo lado de fora a porta. Marcelina não era mulher a quem semelhante obstáculo cortasse a carreira em que ia. Mas quando, desimpedida a saída a poder de esforço e violência, ela passou da outra banda, Coelho e d. Damiana tinham desaparecido.