Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/453

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— É o povo que vem em vossa procura, Sra. d. Damiana. não percamos um só momento. Salvai-vos, senhora, salvai-vos enquanto é tempo.

Eles tinham chegado ao pé de uma das arvores que da margem estendiam sua grande copa sobre o rio. Perto desta arvore levantava-se um armazém, feito de tábuas, onde se fazia o embarque dos açúcares, e o desembarque dos gêneros importados pelas barcaças, quando a maré estava cheia e elas podiam ficar ao nível da estiva do armazém, do lado que entrava pelo rio sobre solidas estacas. Nesse momento a maré cheia dava ao rio a sua natural plenitude, e a Borboleta, livrando-se sobre as águas banzeiras que acusavam a aproximação da preamar, estava em comunicação com o tosco trapiche por meio de uma prancha que para ele partia do embono de bombordo. Coelho, sem perder mais um instante, arrastou d. Damiana contra a vontade dela para dentro do armazém, e, todo preocupações e temores pela sua salvação, indicou-lhe a Borboleta, que aparecia no fim da estiva. - Correi, senhora, entrai na barcaça, mandai atirar dentro da água a prancha, e ordenai, em meu nome, que sigam incontinenti