Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/458

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Jeronimo Paes, os filhos, Belchior, e outros proeminentes vultos do partido vencido tinham sido presos, e daí a três dias seguiam para Olinda, no meio da tropa vitoriosa de Gil Ribeiro. Paes mal podia consigo. Recebera durante a luta nove tiros, e inumeráveis cutiladas na cabeça. [1]

Conta-se que, por ocasião de lhe darem na prisão a noticia da morte de Coelho, dissera ele o seguinte, formais palavras:

— Se desta não morrer, hei de vingar-me ainda de João da Cunha. O que ele devia a Antonio Coelho há de pagar a mim, quando tivermos de ajustar as nossas contas. Estão muito anchos com o sucesso, esses infames mazombos. Já pensam que os mascates se acabaram de uma vez. Estão enganados. Hei de ver ainda João da Cunha e Cosme Bezerra correrem as ruas de Goiana, amarrados com cordas pelas minhas mãos, como se fossem negros fugidos.

Estas palavras foram proféticas. Mas não antecipemos acontecimentos que tem lugar próprio na continuação desta historia.

Diz-se que Zefinha faleceu a cabo de algumas semanas, depois do lastimoso fim de Antonio

  1. Histórico.