Página:O matuto - chronica pernambucana (1878).djvu/59

Wikisource, a biblioteca livre

Ninguém estava ali. Sobre a lagoa a chuva fina caia em forma de fumo ou de névoa espessa. Os sapos coaxavam pela beira d’água, e os jaçanãs soltavam de dentro das moitas aquáticas suas risadinhas de som vibrante e agudo; tudo o mais era imobilidade e silencio.

Não tendo mais para onde ir, Francisco em cuja imaginação exaltada pela fraqueza física e pelos súbitos temores, se desenhavam cenas desesperadoras, não pôde acabar consigo que não chamasse novamente pela mulher.

A voz desprendeu-se-lhe irresistivelmente da garganta, e o som das palavras — Marcelina? Marcelina? Repercutiu pela vasta solidão.

Imediatamente a seus olhos se mostrou uma visão cruel.

Acima dos juncos, que formavam vastos partidos dentro da lagoa, apareceu-lhe uma cabeça coberta com um chapéu de palha. Um homem estava ali e Marcelina não podia achar-se longe. Talvez já estivesse de volta.

Francisco sobresteve um momento imóvel, como estatua; mas notando que o madrugador tão depressa levantara a cabeça, como se abaixará e desaparecera