Desde que verificamos que para entender-lhe a vida e poder reconstituí-la, a sério, o elemento fundamental é a Carta que o ardoroso abolicionista endereçou a Lucio de Mendonça, e tendo ainda constatado que ela, embora muito reeditada cá pelo sul, é, ao contrario, pouco conhecida em o norte do país, comecemos transcrevendo-a para elucidação dos leitores. Eí-la, na sua integra:
“São Paulo, 25 de Julho de 1880
Meu caro Lucio
Recebi o teu cartão com a data de 28 do pretérito.
Não me posso negar ao teu pedido, porque antes quero ser acoimado de ridículo, em razão de referir verdades puerís que me dizem respeito, do que vaidoso e fátuo, pelas ocultar, de envergonhado: aí tens os apontamentos que me pedes e que sempre eu os trouxe de memória.
Nasci na cidade de S. Salvador, capital da província da Baía, em um sobrado da rua do Bângala, formando ângulo interno, em a quebrada, lado direito de quem parte do adro da Palma, na Freguezia de Sant’Ana, a 21 de Junho de 1830, por as 7 horas da manhã, e fui batizado,