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Página:O precursor do abolicionismo no Brasil.pdf/258

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A VENDA DE GAMA NUMA VERSÃO DE VIRIATO CORREA

Viriato Corrêa, historiador respeitado e escritor ilustre, num longo artigo publicado na edição de 11 de março de 1935, do “Jornal do Brasil” do Rio, apresentou uma versão inteiramente nova do episodio da venda de Luiz Gama.

O trabalho começa fazendo larga referencia á Carta que o abolicionista escreveu a Lucio de Mendonça e é aparentemente sobre ela que o nosso biografo calca a história inédita que nos conta. Deixando-se, mui presumivelmente, influenciar pelo trabalho que o sr. J. Candido Freire publicou em o n.º 60 da “Revista do Brasil, em dezembro de 1920, e no qual, pela primeira vez, deparei com o relato romanceado da despedida entre Gama e o pai, a bordo do patacho “Saraiva”, o sr. Viriato Corrêa, como bom literato que é, inegavelmente dos melhores de nossa geração, não resistiu á tentação de dramatizar tambem a sua narrativa. E explana:

“Um dia (o desgraçado nunca mais esqueceu a data amarga), a 10 de novembro de 1840, o fidalgo apareceu alegremente em casa da quitandeira (trata-se da mãi de Gama, Luiza Mahin). Senta o filho nas pernas, acarinha-o e, subitamente, com a maior naturalidade: