campo de facil acesso, escalando rapidamente os postos de maior relevancia. Gama não logrou ir alem de cabo de esquadra, e assim mesmo, cabo graduado, isto é, cabo não efetivo, pois a graduação sempre indicou no exercito que o militar pertence ao posto imediatamente inferior, sendo, na escala de antiguidade, o numero um para a promoção ao posto imediato. Porisso, é graduado, isto é, pode usar as insignias do posto a que terá fatalmente de ser promovido, mas a que ainda não chegou.
Gama não amava a farda e as ocupações militares. Preferia profissão que lhe interessasse a mania inteletual. Fez-se copista, valendo-se de sua amizade com o escrivão major Benedito Antonio Coelho e, a seguir, entrou, como amanuense, no gabinete do conselheiro Furtado de Mendonça. Foi seu ordenança.
E’ ainda Gama quem se incumbe de documentar a história quanto ao seu nulo pendor militar e ao seu ardente desejo de ser alguem, do ponto de vista inteletual. Em artigo que teremos de reproduzir na integra, mais tarde, escrito em 1869, sem a minima intenção de traçar a própria biografia, Gama denuncia o verdadeiro motivo que o levou á Força Pública:
“Ha cerca de vinte anos — dis ele — o exmo. sr. Conselheiro Furtado, por nimia indulgência, acolheu benigno, em seu gabinete, um soldado de pele negra, que solicitava ansioso os primeiros lampejos da instrução primaria.
Ao entrar nesse gabinete consigo levava ignorancia e vontade inabalavel de instruir-se.”