que depois de instalados economica e comodamente na vida, acabam transformando o seu pendor comercial e o seu dinheiro, em legitima nobreza. Raro será o trabalho em que Luiz Gama não invista contra essa praga que a Monarquia, inteligentemente, explorava e oficializara, fazendo sangrar a vaidade dos ricos e novos-ricos em obras pias e benemeritas. O abolicionista não concorda com essa atitude sagaz do monarca. Apenas vê que </poem> «o governo do Império brasileiro. faz cousas de espantar o mundo inteiro, transcendendo o Autor da geração: o jumento transforma em «Sór Barão». </poem> Não está nele, não pode aturar esses cavalheiros que aliam, a seu ver, na facil generalização de todas as sátiras, um poder enorme junto da sociedade, em virtude do dinheiro que possuem, a uma incomensuravel estulticia e a uma insondavel estupidez:
«Não posso suportar fôfos barões
que trocam a virtude por dobrões.»
«Vejo fidalgos d’estopa
ostentando os seus brazões,
feio enxento de dobrões
nos troncos da fidalguia.»
A sua ogeriza contra os magnatas permeia-se, dilue-se, difunde-se, como si fôra por osmose, por todas as composições. E’ uma especie de leit-motif: