presuntos de Lamego, perús cheios,
rosbifes, e leitões, tenras perdizes,
tostado arroz de forno, nabos quentes,
gansos, marrecos, patos, codornizes.
E entra pelo capitulo das bebidas e arrola tudo, num painel de gourmant sabido, treinado no “fardel das comidelas”. Relembra, então, a glória dos comilões celebres, que fizeram a fama de outras eras, Clodio, Melon, Crotoniense, Fago, Mitridates, Cambises, Filoxeneo, que deixaram o traço de sua insaciavel garganta pela história. Chama-os “glutões já cadentes”. Nós temos melhor. Cale-se, agora, a musa antiga:
«Desdobre-se a cortina bolorenta
sobre os nomes dos filhos lá da estranja.
Repimpem-se no templo da vitória
os brasileos herois que comem canja [1]
Etereo Caravagio trace as linhas
dos comilões de rúbidos toutiços,
que o tonel das Danaides têm por pança
onde cabem sem custo, mil chouriços.
Calem-se os Celtas, Gregos e Romanos;
Silencio, ó Tuba Aonia e Lusitana!
Erguei-vos, ó glutões de minha patria!
Temos côco, cajú, temos banana!
- ↑ José Feliciano, no citado artigo do «Estado de São Paulo», em dezembro de 1930, com o titulo «Luiz Gama e as Trovas de Getulino», aludindo á piada, relembra que era esse o prato predileto do Imperador.