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O Que Nós Veremos

N'esta ordem de ideias; o primeiro problema que tive a resolver foi a possibilidade de levar-se um motor de explosão ao lado de um balão cheio de hydrogenio. Uma noite, tendo suspenso a alguns metros de altura o motor no meu n.º 1, pul-o em marcha; — estava com o seu silencioso — notei que as fagulhas que partiam com os gazes queimados iam em todas as direções e poderiam atingir o balão.

Veio-me a ideia de supprimir o silencioso e curvar os tubos de escapamento para o chão. Passei da maior tristeza á maior alegria, pois, quanto maiores eram as fagulhas, com maior força eram jogadas para a terra e, por conseguinte, para longe do balão. Estava, pois, resolvido este problema: o motor não poria fogo ao balão.

Só o que precisava impedir era que, em caso de escapamento dos gazes do balão pelas valvulas, estes não viessem alcançar o motor. Para impedir isto, eu sempre colloquei as valvulas bem atrás, à popa do balão, por conseguinte, longe do motor.[1]

O ponto fraco nós aeroplanos era o leme; dei, pois, sempre a maior atenção a este órgão e

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  1. Foi por não terem tomado estas precauções que os que antes de mim quizeram empregar o motor a explosão, pagaram com suas vidas