da fazenda paterna, triste como Eva exilada do paraíso, regando com suas lágrimas as raízes daquelas árvores queridas, companheiras e confidentes fiéis das alegrias do passado e das amarguras do presente.
Entranhando-se nestas tristes imaginações Eugênio estorcia convulsivamente as mãos, e o sofrimento lhe espremia do coração duas lágrimas, que o fogo do desespero lhe queimava nas pálpebras sem dar-lhes tempo a rolarem pelas faces, e a muito custo podia conter no peito um brado de blasfêmia e um ímpeto de revolta.
Cedendo porém ao peso de seu infortúnio o moço não ousava, nem tentava combater a paixão, que fazia a tortura da sua vida. Sabia isso impossível; mas o seu espírito crente e religioso só julgava realizável a sua redenção por um favor especial do céu, pelo influxo da graça divina, favor que não esperava, nem ousava implorar, porque dele se julgava indigno; ou quem sabe? - tinha medo de ser atendido, e parecia-lhe que faltando-lhe aquele amor não poderia mais viver, faltar-lhe-ia o ar e a luz, e a terra e o céu se aniquilariam para ele.
Assim o infeliz moço agarrava-se à sua saudade e ao seu infortúnio, como o escorpião que rodeado