Página:O seminarista (1875).djvu/24

Wikisource, a biblioteca livre

— Jesus!... santo nome de Jesus! - bradou Umbelina persignando-se e olhando de través o hediondo animal, que se estorcia no chão. - Que bicho medonho!... de que escapou minha pobre filhinha!...

— Ah!... já está vendo?... a comadre deve um favorão a Deus por ter permitido que a cobra não mordesse a menina.

— Anda cá Josefa! - continuou ela, dirigindo-se à escrava. - Daqui em diante mais cautela com estas crianças, ouviste? não te arredes de perto delas... se as deixares outra vez por aí sozinhas, lavro-te de relho, pasmada, e ponho-te na roça com uma enxada na mão... olha a cara desta desmazelada!... está sonsa, que nem para tomar conta de umas crianças tem préstimo!...

O extraordinário incidente foi por muitos dias o assunto da conversação naquela casa.

Umbelina via nele um milagre, pelo qual dava infinitas graças ao céu apertando nos braços a filhinha que, como ela dizia, tinha nascido naquele