como dantes no paredão da esplanada a contemplar as colinas vizinhas e as nuvens douradas do ocidente afogueado pelos últimos clarões do dia, envolvia-se na turba folgazã dos companheiros, e procurava abafar no turbilhão e algazarra de seus trêfegos divertimentos as cismas saudosas que nessas horas, como vapores de rosa nas asas de uma brisa perfumada, costumavam pairar-lhe pelo espírito.
Quando à hora de missa entrava na igreja, desviava os olhos do grupo das mulheres, e quando acordava de madrugada aos sons dos hinos sagrados, ao ouvir aquela voz suave e argentina que fazia lembrar Margarida, cobria bem a cabeça, e tapava os ouvidos com ambas as mãos.
De noite, quando sonhava com ela - e isto sempre lhe acontecia -, despertava benzendo-se, punha-se de joelhos e rezava longamente pedindo a Deus que lhe arredasse do espírito aquela tentação, que até dormindo tanto o perturbava.
Mas debalde Eugênio cerrava os olhos e os ouvidos, debalde procurava furtar-se à influência dessas impressões externas, que lhe falavam de Margarida. De que lhe servia isso, se ele a tinha dentro de si, e não lhe era possível estender um véu que a ocultasse aos olhos da alma, dentro da