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Página:O seminarista (1875).djvu/81

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os braços, eram de uma morbidez e lavor admiráveis.

Sua fala era uma vibração de amor, que alvoroçava os corações, o olhar como luz de lâmpada encantada, que fascina e desvaira; o sorriso era um lampejo de volúpia, que fazia sonhar com as delícias do Éden.

Era, enfim, o tipo o mais esmerado da beleza sensual, mas habitado por uma alma virgem, cândida e sensível. Era uma estátua de Vênus animada por um espírito angélico.

Ainda que Eugênio não conhecesse e amasse Margarida desde a infância, ainda que a visse então pela primeira vez, era impossível, que toda a virtude e austeridade daquele cenobita em botão não se prostrasse vencido diante daquela deslumbrante visão.

Margarida estava vestida de cor-de-rosa com muita graça e simplicidade; tinha por único enfeite na cabeça um simples botão de rosa. Eugênio esteve por muito tempo mudo e entregue a um indizível acanhamento diante da companheira de sua infância, como se se achasse em presença de uma alta e poderosa princesa.

Foi a tia Umbelina quem primeiro rompeu o silêncio: