e por cujo espírito nunca passara a idéia de ser freira, abandonava-se com efusão à alegria de tornar a ver o seu companheiro de infância, e sorria, cantava, brincava como uma borboleta por entre os canteiros florescidos do jardim, ou pelas sombras do pomar, apanhando flores e frutas que vinha oferecer a Eugênio, e com suas alegres conversas e encantadoras travessuras o provocava a sair daquele estado constrangido e acanhado em que o via.
De repente, Margarida, dando uma volta pelo jardim, apanhou duas flores e correu a apresentá-las a Eugênio.
— Aqui estão duas flores - disse ela -, um cravo e uma rosa. O cravo é você, a rosa sou eu. Fique com a rosa, que eu guardarei o meu cravo. Aquele que deitar fora a sua flor, é porque não sabe querer bem.
Eugênio tomando a flor, pela primeira vez ousou fitar em Margarida olhos ardentes de ternura e paixão; mas para logo os abaixou, e cobriu-se de rubor, como faria a mais pudica e tímida virgem.
— Oh!... Margarida!... eu - ia dizendo o moço, porém Margarida voltando-se ligeira sem o escutar foi correndo para junto de sua mãe,