— Ouça-me. Você é um homem de fôrça e um homem de vontade, Aleixo Vargas. Antes de lhe dar este aviso, quiz mostrar-lhe que tinha poder de cumprir minha palavra, porque de dois homens que se estimam e se acham em luta convencidos ambos que tem razão, o mais fraco deve ceder ao mais forte.
— Visto isto tem-se você na conta de mais forte ? perguntou Aleixo.
— Não sei o que chama fôrça, Aleixo ; para mim fôrça é poder. Mais volumoso do que você é um touro, que o vaqueiro derruba com dois dedos.
— Que venha para cá esse tal vaqueiro d'uma figa ! exclamou Aleixo abespinhando-se.
Arnaldo deixou passar a refega ; e continuou com a voz breve, imperativa, mas calma.
— Se você fosse o mais forte, eu não empregaria a astucia, como faria contra um estranho ou um inimigo. Embora me custasse ; respeitaria sua vontade desde que não podia vence-lo de frente. O mais forte, porém, sou eu; e proibo-lhe que de agora em diante se aproxime da Oiticica na distância de uma legoa.
O sertanejo erguera a fronte com um assomo de indomita altivez. Nesse momento iluminava-