— Pois não está se vendo, meu bem, que foi um anjo que o poz ao pescocinho da criança, mandado por Nossa Senhora da Penha de França ? Porque eu o tinha oferecido à Mãi Santissima para seu devoto, quando ainda o trazia nas minhas entranhas, e então ella quiz protege-lo. Agora repare que, sahindo Arnaldo um menino tão travesso que ninguem podia com elle, nunca lhe aconteceu nada, mesmo nada ; nem um arranhão de unha de gato, ou uma queda da goiabeira. Sumia-se um dia inteiro, mettia-se no mato, ou andava cercando os magotes para montar nos poldros brabos, e estava mais seguro por lá, do que se eu o guardasse aqui junto de mim, no terreiro. Não se lembra daquella pobre, ahi para as bandas de Russas, que emquanto ensaboava uma roupinha, os porcos lhe comeram o filho, mesmo dentro de casa ?
— Coitada ! Esqueceu-se de fechar a porta.
— Si tivesse proteção do céo pdia deixar aberta, ainda que lhe andassem as onças no terreiro. Era o mesmo que si um benzedor lhe fizesse o signo Salomão no batente : ninguém entrava.
— Agora por fallar nas travessuras de meu