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o sertanejo
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o que o outro fez, isso sim ; e mais, e muito mais, por meu cherubim, que elle é meu filho e criou-se nestes peitos.

     — Não podia ser elle ! disse Flor com a voz lenta, e recaindo na scisma anterior.

     Porventura seu espirito, recordando o facto e combinando-o com a noticia da ausencia que Arnaldo fizera da fazenda, laborava em duvida, apezar da denegação que lhe escapara dos labios.

     Ouviu-se um manso ballar e um piso rijo mas compassado. Com pouco appareceu na porta que dava para a cozinha uma bonita cabra rajada, das maiores que se criavam naquelles pingues sertões.

     Ao avista-la, Justa estendeu a mão dizendo :

     — Ande cá, comadre : venha dizer adeus á sua filha, que você ainda não viu.

     A cabra como se entendesse a sertaneja, caminhou com passo lento e grave qual convinha á uma matrona e veio apoiar a cabeça na espadua a donzella que abraçou e acolheu com meiguices ao lindo animal.

     — Adeus, mamãe bebé, como passou ? Vamos á saber... Teve saudades de sua filha ? Qual ! Você é uma ingrata !

     D. Flor que levantava com a mão esquerda a