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o sertanejo
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     — Socegue, que nada ha de acontecer. Tenho o meu bentinho ; continuou Arnaldo á sorrir e tocando no seu relicario : não ha mal que me entre, nem feitiço que me enguice. Adeus ! De longe mesmo guardarei aquelles á quem eu quero bem, ainda que elles me queiram mal.

     — Ouve, Arnaldo ! disse a mãi buscando reter o filho. Eu te peço !

     — Quando precisar de mim, mande sua comadre chamar-me.

     — Não te vás filho, que te perdes !

     Justa enlaçou o collo do filho com os braços e exclamou voltando-se para o mato.

     — Flor, elle não me quer ouvir !

     As folhas agitaram-se, e instantes depois surgiu da verde espessura, como das cortinas de um docel, o vulto gracioso de D. Flor, com as faces tocadas de leves rubores.

     — Elle não quer ir, minha filha. Nem ao menos consente que eu, sua mãi, lhe peça e rogue. Fecha-me a boca, e logo com o nome do pai. Falle-lhe, Flor ! Talvez á você, que sabe dizer as cousas, elle ouça ! Eu sou uma pobre sertaneja e não sei sinão querer bem á você e á êste filho de minha alma.