destacasse um indício de ruína e perecimento, cobrira aquele esqueleto de um manto de púrpura, tecido com as flores de uma bignônia.
Um passarinho saltava do galho superior da árvore a outro mais baixo; e com êsse vôo compassado e alterno imitava perfeitamente o movimento da laçadeira, donde lhe veio o nome de rendeira, com que o designaram os povoadores.
D. Flor acompanhando o gracioso afã do passarinho, distraiu-se outra vez, e foi de novo levada por misterioso fio às cenas da infância.
Quem sua imaginação via, já não era o menino mal trajado e rôto, com a cara coberta de poeira, os cabelos cheios de carrapichos, e as mãos sujas de sangue. Agora aparecia um rapazinho de quinze anos, rude como sertanejo que era, mas trazendo com certo garbo nativo as vestes de couro de veado, que seu pai lhe tinha feito.
Arnaldo estava então na adolescência. Já ajudava o pai a campear; mas desde aquele tempo manisfetara-se sua repugnância para todo o serviço obrigatório, feito por ordem e conta de outro. Tinha êle paixão pela vida de vaqueiro, e passava dias e semanas no campo