Página:O sertanejo (Volume II).djvu/237

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e se enlevam na contemplação do ídolo, investigando todos os gestos e perscrutando no mínimo acidente o pensamento recôndito. Contava, pois, que perto de D. Flor seria a cada instante o alvo da observação de Arnaldo.

Quando saía com a donzela a passeio, notou a cigana que por dentro do mato a seguia um leve farfalhar da ramagem. Em outra ocasião o atribuiria à brisa ou a algum pássaro, e não faria o menor reparo. Nauqela situação, porém, essa circunstância viera avivar a sua desconfiança.

Disfarçadamente relanceava os olhos à espessura insinuando a vista pelo crivo das fôlhas, e embora não descobrisse o menor vulto, ela pressentia a proximidade do sertanejo e fôra para certificar-se que usara da astúcia de pronunciar o nome de Arnaldo, chamando-o.

O ardil surtira efeito.

Mostrando-se, o sertanejo viera confirmar a suspeita de Águeda, e dera aso a uma nova intriga, que alí prontamente armou a arteira cigana, para escapar à sua vigilância e iludir-lhe a perspicácia.