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Quem de si mesmo desterrar-se póde?
Quem póde a idéa aniquilar que o mata?
Quem póde altivo esmigalhar o espelho
Que a torva imagem de Satan retrata?
Quantos encontram ineffaveis gozos
N’esses prazeres, para mim tormentos!
Quantos nos mares onde a morte enxergo
Abrem as velas do baixel aos ventos!
O meu destino é vaguear e sempre!
Sempre fugindo a funeral lembrança...
Ferreo estylete que me rasga os musculos,
Voz dos abysmos que me brada: — Avança!
Que pezar me consome! ai! não mais tentes,
Espera a lousa de um pezar profundo,
Sómente a morte encontrarás nas bordas,
E o inferno inteiro a praguejar no fundo!