Oh terra do Brasil; — diamante vívido
Da coroa soberba de Colombo,
— Bela estrela do sul, —
Porque tão cedo declinais a fronte
E a fímbria do vestido enegreceis
No limo do paul?
Porque tão cedo enregelais o seio
Nessas frias geadas que predizem
A morte das nações,
E os pulsos presos, e a vontade escrava,
Do mártir a memória e a voz dos bardos
Cobris de maldições?
Erguei-vos desse lívido marasmo,
Afrontai o negrume das tormentas,
O horror da tirania!
Se agora em bronze eternizais — senhores, —
Gravai nos bronzes o brasão dos livres,
Saudai um novo dia!
Embora o mundo me proclame louco,
Embora à fronte com furor me gravem
Estigma infernal!
Não posso calmo ver pisar-se as turbas,
Como o corcel de levantada estátua
O chão do pedestal!
Página:Obras completas de Fagundes Varela (1920), I.djvu/232
Aspeto