II
Eu vou morrer, meu Deus! minh´alma luta,
E em breve tempo deixará meu corpo...
Tudo em torno de mim foge... se afasta...
Já estas dores não me pungem tanto!
III
Não... meus sentidos se entorpecem. Belo
O meu anjo da guarda me contempla;
Meu seio bebe virações mais puras,
Creio que vou dormir... sim, tenho sono.
IV
Minha mãe!... meu irmão!... eu não os vejo!
Vinde abraçar-me, que padeço muito!
Mas debalde vos chamo... Adeus... adeus
Eu vou morrer... eu morro... tudo é findo...
V
E a voz debilitava-se, fugia,
Como o gemido febril de um rola
Nos complicados dédalos da selva,
Até que em breve se escutava apenas
O estalo do azorrague amolecido,
Sobre as feridas do coalhado sangue
Da pobre irmã do desditoso Mauro.
VI
- Basta! - bradou um dos algozes - basta!
Deixai-a agora descansar um pouc
Página:Obras completas de Fagundes Varela (1920), I.djvu/76
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