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A soberba de ser hum'aguia nova,
Que do ceo no ôlho claro a vista prova.
DELIO.
Pastores, que alcançar pudestes tanto
Com vossa branda Musa, que ja nesta
Idade renovais o antigo canto;
Para vosso louvor, que verso presta?
Qu'hera digna será? que louro dino
Qu'em premio a cada qual adorne a testa?
Em parte paga Amor, se de contino
Por dentro a cada hum gasta os espritos,
Pois co'o divino canto o faz divino.
Nós veremos por annos infinitos
Nos altos troncos destas faias bellas
Os nomes vossos por memoria escritos.
De unicas flores mereceis capellas:
Tẽe Alcida e Violante sós taes flores;
E, pois ellas as tẽe, dem-vo-las ellas.
Os vossos premios recolhei, pastores:
Cada qual igualmente o seu merece;
E ambos d'Apollo os mereceis maiores.
Recolhamos o gado; que anoitece.{288}
Página:Obras completas de Luis de Camões II (1843).djvu/361
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