Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/191

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Desdobrar o pendão da liberdade
Nas frontes populares!
 
Meu amor foi a verde laranjeira,
Cheia de sombra, à noite abrindo as flores,
Melhor que ao meio-dia,
A várzea longa... a lua forasteira
Que pálida, como eu, sonhando amores,
De névoa se cobria.
 
Meu amor foi o sol que madrugava,
O canto matinal dos passarinhos
E a rosa predileta...
Fui um louco, meu Deus! quando tentava
Descorado e febril manchar no vinho,
Meus louros de poeta!
 
Meu amor foi o sonho dos poetas
— O belo, o gênio, de um porvir liberto
A sagrada utopia!...
E, à noite, pranteei como os profetas,
Dei lágrimas de sangue no deserto
Dos povos à agonia!...
 
Meu amor!?... foi a mãe que me alentava,
Que viveu, esperou por minha vida