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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/233

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De uma triste mulher... E quanto às jóias,
Lança-as no lago... Mas quem és? teu nome?"

O Desconhecido
"Quem sou? um doudo, uma alma de insensato
Que Deus maldisse e que Satã devora!
Um corpo moribundo em que se nutre
Uma centelha de pungente fogo!
Um raio divinal que dói e mata,
Que doira as nuvens e amortalha a terra!...
Uma alma como o pó em que se pisa!
Um bastardo de Deus! um vagabundo
A que o gênio gravou na fronte — anátema!
Desses que a turba com o seu dedo aponta...
Mas não; não hei de sê-lo! eu juro n'alma,
Pela caveira, pelas negras cinzas
De minha mãe o juro!... Agora há pouco,
Junto de um morto reneguei do gênio,
Quebrei a lira à pedra de um sepulcro...
— Eu era um trovador, sou um mendigo..."

Ergueu do chão a dádiva d'Elfrida,
Roçou as flores aos trementes lábios,
Beijou-as. Sobre o peito de Tancredo
Pousou-as lentamente...