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Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/270

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Não admira decerto que um risonho
Em vez de capelão tivesse um Bobo.

Loriolo — o truão do Rei, acaso,
Um dia, atravessando p'la floresta,
Foi dar numa cabana de folhagens:
Ninguém estava ali, porém num leito
De brandas folhas e cheirosas flores
Ele viu estendidas roupas alvas
— E roupas de mulher! e junto um gorro,
Que pelas joias e flutuantes plumas
E pela firma no veludo negro
Denunciava o Príncipe.

Loriolo,
Apesar de na corte ser um Bobo,
Não era um zote. Foi-se remoendo...
Jurou dar com a história dos namoros
E, para andar melhor em tal caminho,
Ele, que adivinhava que as Américas
Sem proteção de Rei ninguém descobre,
Madrugou muito cedo... inda era escuro
E convidou El-Rei para o passeio.