Página:Obras de Manoel Antonio Alvares de Azevedo v1.djvu/313

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Meu peito bate, a inspiração agora
Cânticos imortais ao lábio inspira.
Voai ao céu-não morrereis, meus cantos!

V

A glória! a glória! meu amor foi ela,
Foi meu Deus, o meu sangue... até meu gênio. . .
E agora!... Além os sonhos dessa vida!
Quando eu morrer, meus versos incendeiem!
Apague-se meu nome-e ao cadáver
Nem lágrimas, nem cruz o mundo vote
Sou um ímpio (disseram-no!) pois deixem-me
Descansar no sepulcro!Por que choras,
Descorada mulher? Sabes acaso
Quem é o triste, o malfadado obscuro
Que delira e desvaira aqui na treva
E tuas mãos aperta convulsivo?
Eu não te posso amar. Meu peito morto
É como a rocha que o oceano bate