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Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/256

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Beijar o Santuário: qual se esconde
Rio, ou montanha tão remota, aonde
Não se investigue por seu mando o ouro?
Que crime há tão seguro, que ao vindouro
Com o exemplo profane? Oh! singulares
Dotes do Conde meu de Valadares!

Assim cantava a Ninfa, arrebatada
Do profético espírito; dourada
E sonorosa a trompa já se ouvia
Entre um tropel de brutos, que feria
A praia oposta; a luminosa sala
Se ia negando aos olhos; já não fala
Itamonte, e o Mancebo já se esconde;
E Garcia (oh! prodígio!) se acha aonde
Há pouco antes se achara, e adverte, e nota
Que para ali com plácida derrota
Vêm chegando Albuquerque e os companheiros.
Já festivos clarins pelos oiteiros
Se deixam perceber, louvando a vinda;
Em vivas tudo soa; e corre ainda
O mesmo bando que turbara a entrada
A protestar a fé, já detestada
A torpe idéia, que o arrastara um dia.

Alegre o Herói se abraça com Garcia;
Alegres dão-se as mãos Borba e Camargo;
Conta o Mancebo do feliz letargo
As horas; conta o Herói o que passara,
Como um e outro Chefe ali o buscara;
Como já com certeza achado tinha
O sítio, aonde levantar convinha
A Capital das Minas: vem Fialho,
Afirma que, seguindo um breve atalho,
O fundo registrara de Itamonte;