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Página:Obras poeticas de Claudio Manoel da Costa (Glauceste Saturnio) - Tomo II.djvu/266

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Lavra artífice destro sem detença
Os mármores cavados; de polidas
E altas paredes já se vêem erguidas
As majestosas casas, que recolhem
Régios Ministros que os tributos colhem;
Em respectivos tribunais decentes
Dão as próvidas leis: talvez presentes
Tem Itamonte já no claro auspício
De um e outro magnífico edifício
As que espera lavrar líquidas fontes,
Que vomitam delfins, e régias pontes,
Que se hão de sustentar sobre a firmeza
De grossos arcos da maior riqueza.

Presentes tem talvez os Santuários,
Em que se hão de esgotar tantos erários,
Onde Roma há de ver com glória rara
Que debalde aos seus templos disputara
A grandeza, o valor e a preeminência.

Trajando as galas da maior decência
Na casa do Senado o Herói entrava;
Da cor da tíria púrpura talhava
A farda militar; cinge-lhe o lado
A rica espada, que já tem provado
Mil vezes o furor do irado Marte;
E a mão, que os prêmios liberal reparte
E dispõe os castigos, já sustenta
O bastão que os poderes representa.

Estão no plano os esquadrões formados,
Monta a Cavalaria, e cinge os lados;
O centro ocupa a Infantaria; tudo
Respira da grandeza um novo estudo:
Brilha o asseio e a ostentação; a idéia
Crê que dos Céus na vista se recreia,