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ODES MODERNAS
Eil-o o Ancião-dos-dias! eil-o, o Santo,
Que já na solidão passava orando,
Quando inda o mundo era negrume e espanto!
Quando as fórmas o orbe tenteando
Mal se sustinha e, incerto se inclinava
Para o lado do abysmo, vacillando;
Quando a Força, indecisa, se enroscava
Ás espiraes do Cháos, longamente,
Da confusão primeira ainda escrava;
Já elle era então livre! e rijamente
Sacudia o Universo, que acordasse...
Já dominava o espaço, omnipotente!
Elle viu o Principio. A quanto nasce
Sabe o segredo, o germen mysterioso.
Encarou o Inconsciente face a face,
Quando a Luz fecundou o Tenebroso.