Página:Os Bruzundangas.pdf/112

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com um comboio de canas, nas usineiras linhas Decauville, olhava a pequena locomotiva e sempre se lembrava de admoestar o foguis- ta-maquinista:

— Olhe o manômetro que não está limpo.

Eis aí a sua agricultura, de que veio tirá-lo o braço forte do general Tupinambá. Vejamos como. Ascendendo à governança da província das Canas, Tupinambá tratou logo de eleger senador da Bruzundanga o seu forte esteio eleitoral, o doutor Chico Caiana. Arranjaram as atas e manda- ram-nas, e mais ele, para a capital do país.

Quando saltou, era um gozo ver o Chico Caiana atravessar as ruas com um ostentoso chapéu Panamá, terno de linho branco, botinas inteiriças de pelica amarela e açoiteira pendente do pulso direito. Olhava tudo alvarmente; e, de quando em quando, ficava surpreendido de que ninguém o conhecesse. O doutor Chico Caiana, da usina do Cambambu! Não conhecem? Que gente fútil!

O senado não o quis reconhecer; porém, mandachuva, que tinha a palavra empenhada com Tupinambá, arranjou as cousas. Determinou que o ministro da Guerra fosse estudar na Europa o fabrico dos mais modernos medicamentos alemães; transferiu o ministro da Agricultura para a pasta da Guerra e nomeou Caiana para aquela outra.

Tomando posse, o famoso e prático usineiro imediatamente teve uma grande admiração.

— Onde está aqui agricultura?... Estes papéis... Isto não é prático!... Quero cousas práticas!... Canaviais...