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Adhil não lhe tivesse receitado um xarope qualquer, mas um específico de nome arrevesado, grego ou copta, Mutrat Todotata.

Porque o maravilhoso clínico não gostava das fórmulas e medicamentos vulgares; ele era original na botica que empregava.

O seu consultório ficava em uma rua central, ocupando todo um primeiro andar. As ante-salas eram mobiliadas com gosto e tinham mesmo pela parede quadros e mapas de cousas da arte de curar.

Havia mesmo, no corredor, algumas gravuras de combate ao alcoolismo e era de admirar que estivessem no consultório de um médico, cuja glória o obrigava a ser conviva de banquetes diários, bem e fartamente regados.

Para se ter a felicidade de sofrer um exame de minutos do milagroso clínico, era preciso que se adquirisse a entrada, isto é, o cartão, com antecedência, às vezes, de dias. O preço era alto, para evitar que os viciosos do grande clínico não atrapalhassem os que verdadeiramente necessitavam das luzes do célebre clínico...

Custava a consulta cerca de cinqüenta mil-réis, na nossa moeda; mas apesar de tão alto preço, o escritório da celebridade médica era objeto de uma verdadeira romaria e toda cidade o tinha como uma espécie de Aparecida médica.

Cator Krat Ben, sócio principal da firma Suza & Cia, estabelecido com armazém de secos e molhados, lá pelas bandas de um arrabalde afastado da cidade, andava sofrendo de umas dores no estômago que não